segunda-feira, 24 de novembro de 2014

"¿Por qué te callas?" (...) Há um silêncio ensurdecedor para várias perguntas que os petistas não respondem

Petista é bom em frase feita, em reproduzir a cartilha do marketing político, em atacar a oposição, dar palpite na opinião dos outros e tentar desqualificar quem o critica.

Mas, quando é confrontado com a realidade dos fatos e das suas próprias contradições, fica quietinho por não ter nada a dizer.

Ou, ao contrário, tem muito a dizer e por isso mesmo se cala para não se comprometer. Mas vai esperar o que de um petista? Chegamos num ponto extremo em que já podemos afirmar, sem medo de errar: o que é bom para o PT, é ruim para o Brasil.

Afinal, como justificar, por exemplo, os novos ministeriáveis da presidente Dilma Roussef? (menos de um mês depois de acusar a oposição de querer entregar a Economia aos interesses dos bancos privados, de privilegiar os setores conservadores da sociedade e defender medidas recessivas etc. etc. etc.)

Dilma vê recusado seu convite ao presidente do Bradesco para ser ministro da Fazenda, mas insiste e vai se contentar com um preposto do banco? É isso mesmo, produção?

E como explicar a escolha da musa dos ruralistas, que já recebeu o pomposo título de "miss motosserra de ouro" dos ambientalistas (e petistas!), para o Ministério da Agricultura?

Cadê a "intelectualidade de esquerda" (fake), que estava toda prosa até agora com a reeleição, para se manifestar?

Como justificar que Dilma e Lula não sabiam de nada sobre o maior escândalo de corrupção da História deste país, na Petrobras? Ou que desconheciam seus tentáculos bilionários no Executivo, no Legislativo, nos partidos, nas empreiteiras e em todas as obras do governo federal?

O que eles querem nos fazer acreditar? Que são inocentes no meio de um antro de corruPTos? Ou na verdade são incompetentes por nomear e manter, por 12 anos, funcionários corruptos sob os olhos da Presidência? Ou são omissos, por terem sido avisados da corrupção sem tomar nenhuma providência objetiva?

Ou são, como tentam nos convencer, os salvadores da Pátria, ordenando a Polícia Federal e o Ministério Público a investigar e punir os culpados, doa a quem doer, como se eles não fossem cúmplices das ações e omissões do seu próprio governo?

Vamos, por um só momento, fingir que acreditamos na versão do governo ("não sabia de nada", e, quando soube, "mandou investigar e punir") e na defesa das empreiteiras (foram achacados por meia dúzia de corruptos infiltrados na Petrobras, para não serem prejudicados nos contratos públicos, mas sem o aval da Presidência e dos partidos governistas).

Ora, ora... Nenhum desses megaempreiteiros denunciou a Lula e Dilma o que estava acontecendo bem debaixo do nariz presidencial? Circularam bilhões de reais pelos dutos da corrupção sem que os principais interessados (governo e empresários), partindo do princípio da presunção da inocência de ambos, tivesse se incomodado minimamente com esses "malfeitos"? (que péssimo neologismo petista para atenuar a corrupção sistêmica da última década...)

Petista é bom para reproduzir rótulos: "privataria tucana", "imprensa golpista", "trensalão", "cartel do governo Alckmin", "seca da Cantareira"...

O PT, hoje, sobrevive (ideologicamente) disso!

É sempre o discurso pronto, endossado pela cúpula do partido para ser difundido pela militância PTbull nas redes, que reforça a polarização e o preconceito (rico x pobre, branco x preto, esquerda x direita, sul/sudeste x nordeste, petista x tucano, coxinha x petralha).

Os petistas tiveram tanto sucesso na chamada "desconstrução" dos adversários (como fizeram com Marina Silva e Aécio Neves no 1º e no 2º turno de 2014), que agora parecem ter inaugurado a "auto-desconstrução" do próprio (des)governo. É tanta ruindade, tanta contradição, tanta pergunta sem resposta, que causa até um certo constrangimento fazer oposição ao PT, de tão fácil.