quarta-feira, 14 de maio de 2014

O toque de Midas (ao contrário) de Haddad

Nove entre dez urbanistas - excluído o próprio relator do Plano Diretor, vereador Nabil Bonduki, e o time petista - estão apontando muito mais críticas do que aspectos positivos no projeto que está para ser aprovado na Câmara Municipal. Destaca-se principalmente o problema crônico da (i)mobilidade: a maioria das pessoas permanecerá morando longe do trabalho e o transporte público continuará superlotado.

A proposta de adensamento urbano é outra promessa de agravamento do caos. Prevê jogar um volume imenso e incontrolável de novos usuários sobre faixas de ônibus capengas, corredores que ainda precisam ser implantados e linhas de metrô que hoje já funcionam sobrecarregadas.

Feito um Midas com o toque ao contrário, onde Haddad põe a mão, a coisa para de funcionar. Contrato de transporte lesivo aos cofres públicos, máfia dos fiscais em plena atividade, o fim da inspeção veicular sem maiores explicações, lixo, sujeira e buracos nas ruas, semáforos pifados, obras anti-enchente paralisadas, carregamento do bilhete único inoperante, epidemia descontrolada da dengue com mortes, greve de professores, falta de vagas em creches, déficit de moradia, ocupações de áreas públicas e privadas...

É quase uma poesia concreta, com rimas pobres e sem nenhuma beleza: 
A ruindade do prefeito é uma crueldade com a cidade. Sem piedade. Note a ambiguidade: Dá até saudade do Kassab. Eis a verdade. Quanta incapacidade! Falta autoridade, criatividade, agilidade, autenticidade, civilidade. Que dificuldade! Passa, Haddad, tenha a bondade...

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