quarta-feira, 30 de abril de 2014

Irresponsabilidade de Haddad gera tumulto na Câmara


Quebra-quebra, bombas, barricadas, fogo, corre-corre, pessoas feridas, clima de terror... Estava na cara que o despreparo e a irresponsabilidade do prefeito Fernando Haddad, somados à cegueira cúmplice da base governista com a recente chantagem feita sobre a Câmara Municipal por este Pilatos de Plantão no Palácio do Anhangabaú, iria acabar mal.

Cantamos essa bola aqui há 15 dias. Leia: Bomba-relógio de Haddad explode no colo de quem?

Não deu outra. Veja a situação absurda. O prefeito lavou as mãos e empurrou para cima dos vereadores uma cobrança que os movimentos pró-moradia faziam na Prefeitura.

Subiu hipocritamente no carro de som dos manifestantes e tentou transferir malandramente uma responsabilidade do Executivo para o Legislativo, manipulando, cooptando e transformando a reivindicação justa de uma população humilde em massa de manobra.

Também antecipamos que essa conduta, além de acarretar transtornos nas ruas, traria consequências políticas na relação com a Câmara. Leia: Plano Diretor é prioridade de uma gestão sem direção.

Vê-se uma teatral troca de acusações entre situação e oposição. Sem contar a insistência do prefeito em descumprir as leis, repetidas vezes, como no caso do aumento do IPTU, na prorrogação indefinida e lesiva aos cofres públicos dos contratos de ônibus, na suspensão da inspeção veicular e agora na promessa criminosa de instalar moradias populares em áreas preservadas de mananciais.

Se a maioria governista na Câmara aprovar em primeira votação o Plano Diretor nesta quarta-feira, véspera de feriado, como exige Haddad, também endossa a conduta ilegal do prefeito, correndo o risco de sofrer nova medida judicial.

Isso porque o Tribunal já concedeu liminar que suspende as audiências públicas do projeto, o que entendemos que torna pendente também a sua votação até apreciação final do mérito da ação. A Mesa Diretora da Câmara interpreta o contrário: que o questionamento sobre as audiências não interfere no processo de votação. A conferir.


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