sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Era uma vez a cidade de Haddad...

A cidade do prefeito Fernando Haddad é assim, cor-de-rosa: mas corredor de ônibus, em vez de fazer parte de um plano de melhoria do transporte público, é só uma faixa branca contínua pintada no chão. Ops, tem também um aviso: "Ônibus", que é para não deixar dúvidas. Só não pode chover, porque aí os semáforos apagam e as ruas de São Paulo ganham ares de cidade européia: Veneza, com seus canais (só não temos gôndolas para as enchentes).

Mas temos carros. O que não resolve muito, porque quem tem carro na cidade de Haddad é vilão. Não tem mais espaço para andar. Em contrapartida, o prefeito afrouxou a inspeção veicular nessa cidade "insustentável". Bicicleta poderia ser alternativa, mas não temos onde pedalar. Poluição é patrimônio, parques e áreas verdes são desprezados, como Mooca, Augusta, Cemucam. Falta dinheiro ou bom senso?

Quem tem carro é vilão, quem tem casa também. Ou seja, toda a classe média é odiada pelo PT. Ihhh, PT... O IPTU pode aumentar até 45% porque o prefeito argumenta que precisa de dinheiro para o subsídio do transporte. Enche o bolso dos empresários que ele próprio ataca, que seu secretário acusa haver achaque e que motivaram uma CPI, depois de toda a lambança do aumento da tarifa e dos protestos históricos pelos 20 centavos.

Por isso, preocupado com a imagem do "novo", que vem descolorindo em poucos meses, Haddad começou a andar de ônibus um dia por semana. Detalhe: ele carrega junto um assessor que faz até o sinal para o motorista. Muito convincente o marketing do prefeito (só que não).

Quem tem carro e casa é vilão, mas e quem não tem nada? Estão aí os movimentos de moradia que respondem a pergunta com invasões e protestos diários: o prefeito tem fraca atuação na área da Habitação. Quer dizer, o castigo contra a "vilania" da classe média se estende para os mais pobres também? Só não deve atingir os petistas de carteirinha, que tem cargos reservados.

O Plano Diretor chegou com atraso, polêmicas e questionamentos à Câmara Municipal. Vai ser votado neste ano? Não se sabe. A Câmara tem vontade própria e a maioria da base governista anda se desentendendo.

O afrouxamento à Lei da Cidade Limpa é um exemplo concreto da cidade-sem-lei. Precisa de um exemplo mais trágico? Aqueles 10 trabalhadores que morreram em São Mateus por falha na fiscalização de obras, já bastam?

E a maior promessa de campanha, o tal Arco do Futuro, que pode nem sair do papel... Papelão! E a Saúde, vai bem nessa cidade cor-de-rosa, que só existe na propaganda eleitoral do PT? Bom, aí é outra história do arco da velha. Só não queremos fazer papel de palhaço, nem podemos deixar passar tudo isso em branco.