"Eu não entendo o cavalo-de-pau ideológico desses manifestantes", reclamava o petista. "Eles iniciaram protestando contra o cartel do metrô e acabaram parando na Câmara Municipal reivindicando tarifa zero e exigindo acesso aos documentos da CPI do Transporte."
O nó dado na cabeça do vereador do PT é a prova definitiva de que seu partido perdeu a mão no trato com os manifestantes. Acostumados a cooPTar os movimentos sociais e ocupando o governo federal há 11 anos, os petistas acharam que iriam à forra com a nova onda de manifestações, desviando o foco dos protestos que pararam o país no mês de junho. Foi um tiro no pé.
Um grupo de manifestantes se reuniu na frente da Câmara paulistana. Cercado por PMs e guardas civis, o prédio todo envidraçado e sem grades localizado no Viaduto Jacareí, região central da cidade, foi alvo fácil para uma chuva de pedras e chuchus atirados por uma centena de jovens, vários deles mascarados ou com os rostos tampados.
Após a reação enérgica da PM, alguns vidros quebrados e pessoas feridas sem gravidade, houve uma ocupação pacífica da Câmara por cerca de 20 manifestantes: um grupo se dirigiu às galerias do plenário e outro foi ao oitavo andar, onde fica a sala do presidente José Américo.
Foram espalhadas faixas de uma organização identificada como ANEL (Assembléia Nacional dos Estudantes - Livre) e bandeiras do PSTU. Os manifestantes negaram a intenção de depredar a Câmara e aceitaram dialogar com os parlamentares.
A ocupação durou menos de 3 horas, após mediação do vereador Ricardo Young (PPS). Os manifestantes concordaram em retornar à Câmara para uma audiência pública às 18h da próxima quinta-feira, 22 de agosto, que discutirá a proposta de "tarifa zero" e os problemas do transporte na cidade.
Também foi prometido às entidades o acesso a todos os documentos reunidos pela CPI instalada na Câmara desde julho.
Antes de desocuparem as galerias, houve um bate-boca no plenário com o vereador José Américo, que para a imprensa havia chamado de "coitados" os manifestantes que "acabaram ficando sozinhos e acuados depois de um cavalo-de-pau político e ideológico, difícil de compreender".
Traduzindo: para o petista, eram aceitáveis as manifestações contra o governador Geraldo Alckmin (PSDB), após as denúncias de cartel no metrô; mas ele não entendeu por que a gestão de Fernando Haddad e a CPI chapa-branca do PT voltaram a ser alvo dos protestos.
Os manifestantes foram didáticos e tentaram explicar, entre vaias ao petista e palavras de ordem: não estavam ali a favor ou contra determinado partido ou governo. Reivindicam o chamado passe-livre, combatem a "privatização" do sistema e exigem transparência. Também protestam contra a corrupção e o mensalão. Simples assim. Menos para o PT, que não entende mais nada há algum tempo.
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Petista
Quando
Presidente
Manifestantes lembram que qdo era oposição @ver_joseamerico estava do outro lado: agora na gestão @Haddad_Fernando defende o que combatia!
Presidente @ver_joseamerico diz que "ao contrário do Rio, aqui não teve problema pra aprovar CPI". Meia verdade. Chapa-branca do mesmo jeito.
Vereador @RYoungSilva do @23pps conversa com manifestantes na @camarasaopaulo pic.twitter.com/ybUl6lzT1u
Protesto contra cartel do metrô incentivado p/ PT acabou com invasão na @camarasaopaulo por "passe livre" e fim da caixa-preta do transporte.
Presidente @ver_joseamerico critica "cavalo-de-pau ideológico" dos manifestantes: "coitados", ficaram sozinhos aqui na @camarasaopaulo
Vereador @RYoungSilva conversa com estudantes da Assembleia Nacional de Estudantes - Livre (ANEL) que ocupam galeria da @camarasaopaulo
Em resumo: dois grupos invadiram a @camarasaopaulo, reivindicam "passe livre" e acesso a contratos do Transporte. Amanhã tem CPI às 10h.
Presidente @ver_joseamerico e @RYoungSilva negociam com grupo que invadiu saguão da @camarasaopaulo: uma dezena de membros da Anel e @pstu
Uma dezena de manifestantes ocupa as galerias da @camarasaopaulo com palavras de ordem e a promessa de virar a noite pic.twitter.com/yZHfeT1Q7j
Manifestantes chegaram onde faltava: @camarasaopaulo ameaçada de invasão. Pedras e choque com a Polícia Militar pic.twitter.com/9SKRIR6vrz