quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Ato político marca apoio do PPS a Serra no 2º turno

Toda a direção do PPS, deputados, vereadores eleitos e suplentes, militantes e a ex-candidata à Prefeitura Soninha Francine participaram nesta quarta-feira, 10 de outubro, de ato político que selou o apoio a José Serra (PSDB) no 2º turno contra Fernando Haddad (PT) em São Paulo.

Em evento que lotou o auditório do comitê central de Serra, no Edifício Joelma, no centro da cidade, Soninha brincou sobre a responsabilidade de apoiar a candidatura do tucano. Ela disse ter certeza de que Serra "será um bom prefeito", mas parafraseou a antológica frase do então prefeito Paulo Maluf, quando este tentava eleger seu sucessor Celso Pitta, em 1996: "Se o Serra não for um bom prefeito, nunca mais votem... nele!". Assista.

A referência irônica é sobre a frase "Se Pitta não for um bom prefeito, nunca mais votem em mim", dita por Paulo Maluf, que elegeu seu afilhado político mas, diante do fracasso da sua gestão, nunca mais venceu uma eleição para o Poder Executivo.

"Vocês me conhecem e sabem o quanto eu sou persistente. O PPS é firme e honesto na oposição e quando apoia é leal e crítico. Por último, como falei muito sério até aqui, empenho a minha palavra: se o Serra não for um bom prefeito, nunca mais votem... nele! Ele será um bom prefeito. Mesmo assim em 2016 votem em mim, senão minha vez não chega nunca", afirmou Soninha, bem humorada.

O apoio do PPS à candidatura de Serra já havia sido divulgado na terça-feira. O partido optou por não ficar neutro no 2º turno nem apoiar Haddad, entre outros motivos, exatamente por conta de Maluf, aliado do PT.

Além disso, o PPS comunicou que o julgamento do mensalão também influenciou na escolha. Por isso, o escândalo de corrupção deflagrado em 2005 foi mencionado durante o anúncio do apoio a Serra. Coube ao presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire (PPS-SP), afirmar que o processo, que está sendo julgado no Supremo Tribunal Federal (STF) e tem vários líderes petistas já condenados, tentou "corromper as bases do sistema politico brasileiro".

"O julgamento do mensalão não é um julgamento qualquer, vai ficar para a história, tal como ficou o impeachment do Collor. Temos que ter a consciência de que o Supremo faz seu papel e nós cidadãos temos que fazer o nosso. Não adianta discutir (o mensalão) e não levar em consideração maior o desvio de dinheiro público. Ter essa visão deste crime e apontar os crimes novos. Agora não tem mais suspeitos, não tem mais presunção de inocência: tem, sim, criminosos", declarou Freire.

"(Eles) tentaram corromper as bases do sistema politico brasileiro. Por isso, nós estamos aqui. Mas não foi só para ser contra o partido do mensalão. Foi por saber que essa é a melhor alternativa para São Paulo", completou, sobre a escolha de Serra no 2º turno paulistano.

O candidato José Serra também usou o tema ao agradecer o apoio do PPS: "Não estou colocando ou descolocando (o mensalão na campanha). O assunto está posto, não está fora da campanha porque a campanha está dentro do Brasil", disse.

"O que o PT fez no governo foi revigorar e abrir um novo surto de patrimonialismo. Inclusive, recauchutando as antigas oligarquias que comandavam esse processo. Fazendo aliança com eles. Talvez esta seja um dos maiores decepções com esse partido", afirmou Serra, em referência aos aliados do PT.