quarta-feira, 16 de março de 2011

A falência do atual modelo partidário brasileiro

Com frequência tratamos aqui da crise crônica da política, da falta de credibilidade das instituições vinculadas aos três poderes e da falência do atual modelo partidário brasileiro.

Dois artigos da Folha de S.Paulo desta quarta-feira chamam a atenção para a crise dos partidos políticos. Um, de Fernando de Barros e Silva, intitula de "Armação Ilimitada" as articulações do PT. Veja abaixo trechos do artigo:

O PT há muito deixou de ser um partido diferente dos outros. Mas o PT de São Paulo merece nota à parte. Na eleição à presidência da Câmara Municipal, no ano passado, se aliou ao "centrão" para apoiar Milton Leite, do DEM, contra o candidato tucano -José Police Neto.

O suplente de Marta Suplicy no Senado é o vereador Antonio Carlos Rodrigues, do PR, uma espécie de Marlon Brando do "centrão" -advinhe em qual personagem?

Os interesses que levaram o PT a abraçar o "centrão" são os mesmos que agora movem o partido a aclamar Munhoz (Barros Munhoz, do PSDB, presidente reeleito da Assembléia Legislativa de São Paulo)? Qual seria o limite para o descalabro moral do PT?


Outro artigo, de Fernando Rodrigues, trata do desmoronamento do DEM. Leia abaixo trechos de "Pequeno, porém desunido":

A derrocada do DEM é só mais um sintoma de uma certa falência múltipla de partidos no Brasil. É comum os dirigentes dessas siglas atribuírem seus fracassos ao modelo político-eleitoral do país ou ao estado de abulia atávica dos cidadãos. Desculpas esfarrapadas.

O DEM (ex-PFL, ex-PDS e ex-Arena) era uma potência há dez anos. Agora, parece um paciente terminal. A convenção foi menos para eleger um novo presidente e mais para explicitar o racha entre seus caciques. Nascido na direita, o partido mimetiza a anedota sobre os antigos grupelhos de esquerda: pequenos, porém desunidos.

Seria um exagero dizer que o DEM está morto e a convenção de ontem foi uma missa de corpo presente, como filiados ao próprio partido sussurravam. José Agripino é um político experiente. Mas precisa definir a jato qual é o público preferencial da legenda e tentar formas de conexão real com esse eleitorado. Escrever no Twitter o dia inteiro, como parece ser o caso de alguns demistas hoje, é muito pouco.


Sintonia fina

O Blog do PPS postou na segunda-feira um artigo no qual defende exatamente buscar "qual é o público preferencial da legenda e tentar formas de conexão real com esse eleitorado", como mencionou Fernando Rodrigues em seu texto de hoje.

O PPS deve mostrar à sociedade que existe vida inteligente, sensata e coerente fazendo uma política equidistante da fisiológica base petista e da oposição ineficaz de tucanos e demos.

A realideade é esta: quem tenta falar para todo mundo, acaba não falando para ninguém. O PPS já é um partido identificado com a juventude e com a classe média. Não é pouca coisa. Precisamos aprofundar esses laços.