terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Inspeção veicular: quem já entendeu?

Começaram nesta segunda-feira as inspeções para o controle da poluição emitida por automóveis e motocicletas na capital paulista. Veículos com placa final 1, que haviam marcado a verificação para este primeiro dia, já tiveram checado o nível de poluentes emitidos.

De acordo com a Secretaria Municipal de Verde e Meio Ambiente, na primeira fase do programa, que vai até 30 de abril, 227 mil carros e motos com placa final 1 terão de passar pela verificação. Contudo, até o último dia 30, só 10.835 haviam agendado a fiscalização - 4,7% do esperado.

Detalhes insólitos do primeiro dia: o rodízio paulistano proibe às segundas-feiras a circulação dos veículos com placa de final 1 (o que concentrou para depois das 10h da manhã boa parte dos veículos que estavam agendados a partir das 7h, dentro do horário de circulação proibida); o número de postos de inspeção é muito pequeno; a inspeção reprovou apenas 5% dos veículos vistoriados; site da prefeitura para solicitar o reembolso tem problemas. Ou seja, o caos.

Além disso, uma particularidade da inspeção é no mínimo estranha: só serão vistoriados os veículos fabricados a partir de 2003. Ou seja, os carros mais antigos, verdadeiros cacarecos que circulam despejando fumaça pelas ruas e atravancando o trânsito, não são atingidos pela obrigatoriedade. Também já são isentos de IPVA, outro privilégio que incentiva a permanência desses veículos nas ruas.

A Controlar - consórcio responsável pelas análises na capital - afirmou anteriormente que, mesmo se a procura fosse intensa, as pessoas ficariam no máximo 30 minutos nos centros de inspeção. Na manhã de ontem, no entanto, houve filas de até 10 veículos por unidade de inspeção e a espera chegou a 1h10 - isso mesmo com a baixíssima adesão dos motoristas.

Desconhecimento da população? Sim, com certeza. Boa parte dos motoristas paulistanos nem sequer ouviu falar da tal inspeção obrigatória. Mas ela é importante, como diz a ex-vereadora e atual Subprefeita da Lapa, Soninha Francine, para "morrer menos gente". Leia aqui o que a Soninha fala sobre o assunto.